domingo, 18 de outubro de 2009

O VOTO É UMA ARMA!


Rio de Janeiro (problema sem fim texto também)

Esses dias fiz um trabalho escolar sobre a copa do mundo de 2014, cada grupo de alunos deveria escolher uma cidade sede da copa o meu grupo escolheu o Rio de Janeiro. Deveriamos falar da infraestrutura, dos meios de transporte e pontos turisticos.
Nós caprichamos! Falamos das belezas naturais, do Cristo, do beco das garrafas, do morro da urca, do bairro da Lapa e tudo o mais.
Quando me perguntavam sobre a violência eu sempre mudava de assunto e falava das belezas naturais.
No dia seguinte começaram as noticias sobre o helicóptero derrubado por traficantes no Rio e a guerra sem fim entre policia e traficantes, que mórbida casualidade.
Li uma vez que 'entropia' em fisíca é a desordem de um sistema e é exatamente o que acontece na cidade maravilhosa a completa inversão de valores onde quem deveria defender a ordem é justamente quem provoca a desordem. Onde traficantes e policia tem um 'contrato velado' que o povo que vive nestas comunidades conhece muito bem. Os traficantes pagam um valor para os policias para que o trafico corra solto. E quando um dos lados descumpre o combinado a guerra acontece.
Quando o traficante paga a propina devidamente tudo corre 'bem'. Os traficantes continuam aliciando crianças, viciando crianças, subjulgando e matando pessoas às vistas do poder publico.
A televisão noticia o que a policia diz e desta vez a desculpa foi a mesma de sempre a de que uma facção queria invadir o poder da outra.
O real problema é bem maior pois o traficante, aquele que está ali na linha de frente é apenas a ponta do iceberg, por trás dele existe uma imensa rede de corrupção que envolve policia federal e politicos. Quando se apreende 1 tonelada de cocaina pode-se ter certeza que 100 toneladas entraram no país sem o menor problema. Quando a televisão divulga a apreensão de 1 tonelada de coca é para o povo pensar que a policia combate o trafico. Mas aquela tonelada é apenas 'boi de piranha', uma parte planejadamente entregue para 'enganar' a fome de justiça da população.
Assim como os presos famosos como Fernandinho Beira Mar bandido sanguinário que já foi tido como herói e revolucionário, preso só para acalmar o povo e mais uma vez faze-lo crêr que a policia funciona.
E nesta cascata de problemas irresolviveis quem sofre é a população, o cidadão comum que não tem nada a ver com a história.
E nós aqui falando das belezas naturais...
Que bom que os traficantes esperaram a gente apresentar o trabalho para começar a barbarizar.

680 (the last day in the factory)

As últimas 680 peças feitas neste local, ali muitos momentos vividos, risadas, trabalho arduo, camaradagens e brigas.
Onde havia vida e movimento, agora só o vazio e a vastidão.
Vou sentir falta deste lugar, das pessoas, da comida, do ALEC e da Cinthia.
Sentir falta dos sorrisos matinais e das brincadeiras pela manhã.
Vou sentir falta do amanhacer brilhando por entre as telhas transparentes sempre lembrava de 'good day sunshine'.
Mas toda a mudança é sempre pra melhor... dezesseisdeoutubrodedoismilenove

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Rir para não chorar! (Agnaldo Timóteo e Michael Jackson)

Em 1° de julho deste ano o vereador paulista Agnaldo Timóteo (PR) enviou ao prefeito de São Paulo a risivel proposta de adicionar o nome de Michael Jackson ao do parque do Ibirapuera. Não contente com tamanha estapafurdia, o vereador foi mais longe ainda e cometeu mais uma patética heresia propondo também que a Sala São Paulo, sim ela mesmo, a Sala São Paulo um dos templos da música erúdita nacional também ganhasse a adição do nome do rei do pop.
Meu Deus do céu, é de amargar imaginar que um sujeito que ganha cerca de 10 mil reais mensais para propor melhorias significativas para a cidade se dê ao trabalho de enviar tão absurda proposta ao prefeito Gilberto Kassab (DEM). Este último por sua vez nem se deu ao trabalho de responder a tamanha baboseira. É duro pensar que pagamos homens para nos representar e eles nos retribuem com descaso e desrespeito as nossas reais aspirações e necessidades.
Quando soube da proposta do honroso vereador primeiro quis chorar depois tive cãimbras abdominais de tanto rir. Imagina parque do Ibirajackson, Sala São Paulo Jackson. Nem o Costinha junto com o Chico Anisio e o Tião Macalé inventariam piada mais infame.

Ao Amigo Ausente

"Você tem sorte se na sua vida inteira você encontrar um amigo para toda a vida." Eu tive um. No começo nem parecia que seria o melhor amigo mas com o tempo vi que aquele seria o irmão que eu não tive pois como ele mesmo dizia: "Os amigos são os irmãos que a gente escolhe". Na penultima vez que o vi rolaram aquelas conversas de bêbado, prometendo amizade eterna. Mas detalhe: estavamos sóbrios. Tinhamos ido andar de bike no Ibirapuera, e foi aquilo: prometemos que visitariamos um ao outro quando ficassemos velhinhos, que sairiamos para brincar com nossos netos e levariamos eles no Ibirapuera para andar de bike com a gente. Nesse dia eu andei de bike, ele de patins havia algum tempo que eu não o via e ele estava diferente, distante mas mesmo assim ainda podia enxergar naqueles olhos um pouco do amigo que sempre esteve ao meu lado, do amigo fidélissimo de outrora.
Comecei a lembrar das noites por ai, nas madrugadas frias ou nas de calor, lembrei de quando eu ia na casa dele e ficavamos tomando caipirinha de ipyoca até três da manhã e conversando sobre a vida e tudo que há entre o nascimento e o suspiro final.
Ele me mostrava mais uma de suas poesias bélissimas e colocava um som pra gente ouvir. Lembrei-me do amigo que iria comigo até o inferno, claro se tomasse uma brahma antes e fumasse um cigarro.
Lembro de um dia que nós fomos numa balada que o sindicado a que ele pertencia organizou la em Pinheiros, o som tava péssimo mas eu gostei pois aquele dia beijei a mina mais bonita que eu já beijei até hoje, depois saimos para andar pela madrugada e ele acendeu um baseado e a policia nos parou e eu discuti com o policial por que eu nem fumo maconha e depois disso ele falou que tinha orgulho de ser meu amigo e se sentia bem andando comigo. Eu também me sentia assim.
De tudo o que já fizemos juntos o mais legal era sair por ai pela madruagada, ainda mais quando era pelo centro da cidade. Quando escreviamos uma revista de bairro junto com o pessoal do movimento humanista houve uma festa que acabou tarde e mais uma vez ficamos caminhando pelo centro de madrugada, tempos depois ele me disse que naquela noite ele se apaixonou pelo centro de São Paulo por aquela paisagem bucólica e poética que só o centro da nossa cidade tem.
Depois de muito tempo fiquei sabendo que quando ele se sentia sozinho ia caminhar por lá também assim como eu faço até hoje, me confortando nos rostos desconhecidos que a mim parecem um mar de desconhecidas possibilidades.
Foi no centro da cidade que eu o vi pela última vez, num bar fatidicamente chamado de Central ao lado da estação Anhagabaú, depois desse dia ele preferiu ir para outro lugar fazer uma viagem a qual eu não pude acompanhar.
O filósofo Sêneca em um de seus melhores escritos fala de um amigo "ausente" o seguinte: "Estava tão acostumado a ser dois que agora me sinto pela metade."
O que me deixa triste não é a lembrança e a saudade de tudo o que fizemos e da nossa irmandade impar, o que realmente é dificil é pensar em tudo o que fariamos juntos em tudo o que poderiamos construir pois amigo como aquele é dificil de se encontrar. Hoje nesse mundo superficial e massificado as pessoas estão cada dia mais iguais e os outsiders como eu ficam meio sozinhos e sem rumo.
Quantas músicas novas eu quis mostrar a ele, tantas bandas que eu tenho certeza de que ele iria gostar: Guided By Voices, The Jam, Interpol, Planet Smashers e tantos outros.
Quantas coisas eu queria contar para ele, quantos problemas para dividir, coisas que só a sintonia que eu tinha com este irmão me permitia revelar.
Quantos rolês poderiamos fazer, tomar uma na praça Roosevelt e depois ir assistir alguma peça Andar pela Augusta como tantas vezes nós fizemos!
Mas enfim eu fiquei aqui e sei que um dia nos encontraremos de novo para beber e para conversar. Eu devo continuar eu aqui ele lá tenho certeza que deve estar bem...
Esta camiseta que ele está usando nesta foto foi comprada em Parati no dia que a gente foi para a praia do sono e eu e o Wellington compramos para ele. Ele ainda deve estar por lá, vivendo num paraiso, nadando no mar, vivendo toda a liberdade, tranquilidade e paz. A paz que ele sempre cultivou.

domingo, 11 de outubro de 2009

fly windows

Meio sem destino de bike por ai em companhia da amiguinha Fernanda de sempre. Fizemos um caminho diferente mas como por instinto fomos parar nos mesmos lugares de sempre primeiro fomos para o Ibirapuera que estava lindo no feriado, muita gente, muita mulher bonita e tudo mais, o lugar continua mágico. Aquele sol, aquele verde, aquele ar. Tudo lindo, a endorfina na mente e papos sobre como ela age no humor, conversas longas a beira do lago sobre os Beatles.
Hoje no Ibira tinha um guitarrista com um pequeno amplificador portátil tocando um monte de músicas legais, colocamos uma grana no chapeu dele e ele tocou 'sgt. peppers'. Que foda!
Depois de lá fomos dar um rolê pelos Jardins, seguimos pela rua estados unidos e depois subimos a bela cintra, caralho o lugar onde já estivemos tantas vezes pareceia mais legal hoje, acho que era a endorfina, mas tudo estava mais colorido hoje, na subida da bela cintra estava meio frio acho que por que ali moram pessoas frias. Mas quando chegamos do lado do centro tudo melhorou passamos em frente ao nosso reduto fun house e descemos direto haviam poucos carros na rua hoje. Descemos a Consolação que medo, quantos carros!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Entramos no elevado Costa e Silva (minhocão), porra meu que lugar foda hoje fomos meio a tardezinha já quase escurecendo e as janelas pareciam televisões, as fachadas dos prédios pareciam as prateleiras das Casas Bahia, que coisa linda. Dava a impressão que estavamos voando por entre as janelinhas, que emanavam vida através dos vidros translucidos. Crianças brincavam felizes nas salas dos apartamentos sem se importar com o movimento lá fora, os amigos faziam churrasco no terraço do edificio rolando um Calipso de amargar mas é isso cada um com sua diversão, o pessoal estudante de fotografia estava lá registrando toda a poesia do lugar. Os artistas povoam aquele lugar com suas intervenções maravilhosas!
A noite tudo é diferente, tudo tem mais brilho, acho que sou meio vampiro, meio albino, a luz me incomoda, a noite me conforta. Que noite linda em companhia da minha linda amiga!
Depois subimos a Augusta que estava quase sem movimento hoje, os bares estavam lá mas sem muita gente.
A av. Paulista é o encontro de tudo o que há de mais legal na minha metrópole majestosa, indies, punks, headbangers e o pessoalzinho descolado de sempre o povo fashion e a gente brincando de desviar das pessoas em pleno centro financeiro do país. Foda-se a vida é linda assim!!!!!!!!!!!
Enfrente ao banco Safra lá estava o guitarrista, sim o mesmo do Ibira, agora ele brincava de fazer malabarismo com o chapéu, ele cumprimentou a gente a Fernanda sorriu e acenou. Eu segui.
A vida não tem segredo, uma bike, um aceno, sgt. peppers no improviso. Simples assim, feliz assim. Tudo tão colorido e psicodélico como diz a outra música dos Beatles... é a Lucy que morava no céu...

domingo, 4 de outubro de 2009

Beatles remasters

O fato já nem é tão recente mas não poderia passar despercebido por aqui:
Toda a coleção dos Beatles remasterizada.
Para os velhos fãs um sacrilégio mortal, para os novos (como eu) um deleite. O material ficou maravilhoso, agora se pode aumentar o som sem sentir ele "estourar", a qualidade de som melhrou a olhos vistos ou a ouvidos "vistos". Quanto a parte estética os discos ganharam uma nova roupagem no super elegante formato digipack (que exige melhor cuidado na hora de guardar), os encartes ganharam fotos inéditas e a pintura dos discos copia o miolo dos vinis originais. Cada disco ganhou um mini-documentário que só pode ser visto no quicktime da Aple.
Eu gostei muito do Sargent Peppers, as músicas estão com uma clareza impressionante dá para ouvir cada detalhe. 'She's leaving home' que sempre foi uma da minhas preferidas deste disco está com o som bem melhor, a guitarrinha de 'Getting Better' agora finalmente está na altura que merece.
Agora todo mundo pode ouvir e comprovar a importancia da maior banda de rock de todos os tempos. É impressionante notar como a banda começa a revolucionar em matéria de sonoridade apartir de 1965 com o album 'Robber Soul'. Nesta época os Beatles que já tinham feito uso de maconha também começaram a experimentar o LSD ai as 'viagens começaram'. Depois consolidaram a psicodelia com os malabarismos sonoros de 'Revolver' e a revolução total com 'Sargent Peppers'. Com esta nova masterização dá para perceber com maior nitidez que o 'Album branco' tem mais hard rock do que parecia. 'Back in the U.S.S.R', 'Ob-la-di, Ob-la-da' e 'Helter Skelter' são o que muita banda moderninha hoje sonha em fazer.
Um presente valoroso para os velhos fãs e para as novas gerações que poderão constatar o quanto está banda é atemporal.