segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Jorge Ben - A Tábua de Esmeralda - 1974

Cerca de dez anos após o lançamento de seu primeiro disco - o clássico inquestionavel e irretocavel - Samba Esquema Novo, que tráz entre outras as maravilhosas: Mas que Nada (regravada por meio mundo), Chove Chuva (regravada por uma rapa de gente), Balança Pema (regravada pela Marisa Monte).
O mestre Jorge Ben, lança em 1974 sua obra-prima: A Tábua de Esmeralda.
Um disco que lida com assuntos complexos como alquimia e filosofia e também com assuntos simples como na música Eu Vou Torcer um verdadeiro hino da positividade (eu vou torcer pela paz, pela alegria, pelo amor...).
Neste disco Jorge Ben disse que queria levar energia positiva atravéz de suas músicas a todos que o ouviam. E ele conseguiu, o clima no disco é leve, fascinante, hipnotizante, impossivel de se ouvir uma vez só.
Lindo com uma sonoridade perfeita, com o violão de Jorge com a sua tipica afinação de viola caipira e a orquestração na medida certa ajudando a dar mais força ao seu som inconfundivel.
O disco começa com a dançante Os Alquimistas estão Chegando que segundo Jorge é dedicada à todos os filósofos herméticos, o disco segue com músicas maravilhosas mas é em Zumbi que o ele atinge seu apice.
Que música linda, sempre acreditei que se existisse arte ela deveria ser assim a perfeição traduzida em forma de som, tudo nesta música é perfeito: o violão, a voz, a linha de baixo pulsante, as cordas, o violino percorre a música num casamento perfeito com a voz do cantor, o cello no final é uma das passagens mais pesadas e concretas que eu já ouvi numa música. O coro masculino se encaixa perfeitamente ao contexto. Quando ouço não posso deixar de imaginar um grupo de escravos cantando isso num engenhode cana ou numa plantação de algodão assim como nos sugere a letra. Se um dia for fazer uma lista das minhas 50 músicas mais bonitas que já ouvi tenho certeza que esta estaria entre as 10 primeiras. Muitos usaram trechos dessa música em suas músicas ou shows como o Planet Hemp e a banda do Max Cavalera o Soulfly. Mamãe quando eu crescer quero ser esta música!
Este disco nos mostra de forma sutil quantas emoções cotidianas jogamos fora na correria do dia a dia, todas as facetas de Jorge: ele canta as mulhres (Menina Mulher da Pele Preta, Magnólia), levanta a bandeira do povo negro (na já citada Zumbi), a filosofia e religião se fazem presentes (Os Alquimistas, Brother, Errare Humano Est), viaja grandão (O Homem da Gravata Florida, Cinco Minutos). Aliás o disco inteiro é permeado por este clima de viagem total, isso é muito próprio do velho Jorge. Hermes Tri dá a tônica do disco, uma música que transcreve os escritos do faraó que inventou as leis herméticas e a filosofia universal. Tente não dançar ouvido O Namorado da Viúva um samba-rock da pesada cantado por quem, dizem, inventou o estilo. Enfim um disco obrigatório para quem gosta de boa música brasileira.

4 comentários:

  1. Boa dica de MPB verdadeira, gosto muito do Jorge Ben e do Luiz Melodia!

    ResponderExcluir
  2. é muito uimportante para os apreciadores da boa música conhecerem o mestre jorge e descobrirem que ele é muito, muito além de jacarezinhos e aviões. ele faz parte da excelencia e da excencia da música brasileira.
    me emociono toda vez que falo deste cara.
    este disco, como outros do mestgre é obrigatório para todo mundo que gosta de música feita com o coração, música feita com paixão.

    ResponderExcluir
  3. Muitos o imitam: Seu Jorge, Sambasonics,Banda Black Rio, Originais do Samba. Mas só o mestre é o mestre!

    ResponderExcluir
  4. A música 5 minutos serve de base para "Positivity" do Black Eyed Peas. O mestre é mesmo foda!

    ResponderExcluir