quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Decadencia da escola pública e o fim do Caminho Suave.

Me lembro nitidamente de meu primeiro livro, eu cuidava muito bem dele e o guardava com muito carinho, a professora pediu que eu o encapasse, a professora pediu que eu cuidasse dele por que ele era muito importante. Meu primeiro livro foi a cartilha 'Caminho Suave', com ela, à duras penas aprendi a ler e escrever. Nunca fui bom aluno tremia quando a professora me chamava para tomar a lição, ou seja eu deveria ler as palavras para ela enquanto ela olhava para mim com os olhos por cima dos aros dos óculos e como era intimidador aquele olhar e eu lá lendo a fámilia do B: bebi, bebia, bebê, bibi, babá, etc...
E assim aos trancos e barrancos fui guiado no caminho do saber, lembro que minha santa mãe chegou a sair de um emprego para ficar em casa me ensinando as lições.
Sinto imensa tristeza por as crianças de hoje não poderem sentir o que eu sentia naquela época o inicial medo e o posterior prazer da descoberta, o prazer do saber que vicia e só faz bem.
Com o "Sistema de ciclos" que foi implantado no final da década de 1990 a repetencia foi extinta com isso as crianças que não aprenderam em uma série vão aprender na próxima, nas salas de aula da rede pública muitas vezes nem provas são aplicadas.
Não a mais a preocupação em formar cidadãos para o futuro, este descaso vem também por parte dos professores que parecem estar tão descrentes quanto toda a sociedade. Justo eles que traziam consigo a linda missão de carregar a esperança no futuro.
Vemos então crianças com 10, 11 anos de idade que simplesmente não sabem ler e escrever. Qual será o futuro destes pequenos?
E o governo do estado de São Paulo anuncia na TV que a distribuição de leite nas escolas publicas vai continuar.
Darão às criancinhas leite de burra pois sem educação e sem estudo filhos destas as crianças serão!!!

2 comentários:

  1. Eu também estudei com esta cartilha. A gente sempre encapava ela com um plático xadrez azul e branco. Faz tempo...

    ResponderExcluir
  2. Verdade véio,isso demonstrava o amor pelo matrial do "saber".

    ResponderExcluir